A ideia de me rotular com um título generalista nunca me incomodou. No meu Instagram pessoal, por exemplo, minha bio diz algo como: “mãe, feminista, vegana, antifascista, anarquista e ativista pelos animais”. Nenhum não-vegano jamais conseguiu me convencer, em mais de oito anos de vegetarianismo, a voltar a comer animais; chegaram até a me oferecer dinheiro pra eu comer um pedaço de carne num churrasco.
Até que, numa conversa composta apenas por veganos, algumas pessoas me fizeram repensar completamente o meu veganismo: dei vários passos pra trás e saí de um grupo dizendo que eu nunca teria o suficiente pra me considerar vegana. Foi a minha própria comunidade que quase me expulsou dela.
Depois que decidi nunca mais comer animais, não volto mais atrás. Ser ou não considerada vegana não muda isso. O veganismo é uma filosofia de vida que vai além da dieta e, pra mim, não existe nenhuma razão que me faça voltar a comer animais algum dia, independente de um rótulo pessoal.
Mesmo sabendo que o veganismo é uma filosofia de vida, eu acreditava que a pessoa que se baseia numa alimentação 100 % vegetal — ou seja, que não consome animais nem seus derivados — já é vegana. Mas entendia também que, pra ir além da dieta, essa pessoa precisa fazer ativismo pelos animais, buscar produtos não testados em animais e, sempre que possível, priorizar marcas veganas.
Foi então que me apresentaram as várias “divisões” do veganismo. Eu nem vou citar aqui porque não conheço bem os termos, mas, se você também é vegano, uma hora vai se deparar com eles — infelizmente.
Entrei num debate sobre se as grandes marcas ajudam ou não o veganismo quando criam produtos veganos. Todos nesse debate eram contra a minha posição. Diziam que grandes marcas não ajudam em nada, porque não se importam com o sofrimento animal; que jamais um vegano deveria comprar, promover ou divulgar uma marca/empresa não vegana; que veganos são acomodados que fingem não ter condições de comprar apenas de marcas 100 % veganas; que veganos não procuram saber todo o histórico daquele produto — quem é o dono, quantos crimes já cometeu, se ele tem diversidade na empresa e se cada funcionário é vegano e ético. Enfim, a lista de argumentos é enorme.
O meu ponto de vista nesse debate era muito claro:
Na minha opinião, grandes empresas que ainda exploram animais, mas oferecem opções veganas, de fato contribuem para a expansão do veganismo e para a causa animal. Acredito firmemente que quem defende o contrário acaba afastando pessoas do movimento, pois cria barreiras desnecessárias. A presença dessas empresas no mercado é fundamental para tornar os alimentos à base de plantas mais acessíveis e visíveis para o público em geral. Atualmente, muitas dessas corporações — que, infelizmente, ainda exploram animais — estão investindo fortemente em pesquisas de carne cultivada. Mesmo que o objetivo principal seja o lucro, já que a chamada “carne limpa” tende a ser mais barata de produzir, o resultado prático será positivo pra nossa causa: menos animais sofrerão quando essa tecnologia se tornar realidade em larga escala.
Sempre que possível, dou preferência a restaurantes, empresas e pequenos produtores veganos. No entanto, essa escolha depende muito da realidade financeira de cada um. Exigir que todos comprem somente de marcas 100 % veganas acaba afastando potenciais adeptos, reforçando a ideia — equivocada — de que o veganismo é caro e elitista.
Quando compramos produtos veganos, especialmente os que têm certificação, mostramos às marcas, por meio de dados concretos, que existe demanda. Isso incentiva a produção e amplia a oferta, tornando o veganismo mais acessível. O aumento da variedade de produtos veganos — inclusive de grandes marcas — é resultado direto desse movimento de consumo. Embora essas empresas estejam mais preocupadas com o lucro do que com os animais, o investimento delas beneficia a causa ao aumentar a visibilidade e a disponibilidade de opções veganas.
Esse acesso facilita a vida de quem quer preparar refeições veganas sem grandes esforços. Por exemplo, minha mãe já sabe que encontra, no supermercado, massa de lasanha de sêmola, queijo vegano e nuggets veganos de marcas conhecidas por ela. O selo vegano nos produtos é um facilitador: ela sabe que não há ingredientes de origem animal e que posso consumir sem preocupação. Isso demonstra para todos que é possível ser vegano sem mudar radicalmente os hábitos de compra. Nem todo mundo tem tempo ou dinheiro para preparar receitas de leite ou queijo vegetal em casa. Embora, em alguns casos, comprar os ingredientes possa sair mais barato, o tempo necessário para preparo e limpeza também pesa — e tempo, afinal, é dinheiro. Para mim, muitas vezes, compensa mais comprar pronto do que fazer em casa.
Não podemos esperar que grandes empresas mudem da noite para o dia e passem a se importar genuinamente com os animais. Mas, entre adotar políticas que beneficiam os animais e não fazer nada, qual é a melhor opção? Cada pessoa deve decidir se quer ou não consumir produtos de empresas que ainda exploram animais. No entanto, é fato que exigir pureza absoluta torna o veganismo menos acessível para quem está de fora. Uma vez dentro do movimento, é possível refinar as escolhas e priorizar empresas alinhadas com seus valores éticos.
Acredito que uma alimentação totalmente livre de exploração animal só será possível em uma sociedade pós‑capitalista. No sistema atual, é quase impossível garantir que tudo o que consumimos seja 100 % vegano, considerando toda a cadeia produtiva. Quantos mercados ou restaurantes 100 % veganos existem em nossa cidade? Quantos não vendem absolutamente nenhum produto de marcas não veganas? Quantos produzem tudo internamente, conhecendo a fundo a origem dos alimentos e garantindo que nenhum ser senciente foi prejudicado — inclusive insetos? Eu, sinceramente, desconheço algum.
No debate, falei sobre como esse tipo de argumento — que insiste em definir quem é “verdadeiramente” vegano e quem não é — afasta as pessoas do movimento, em vez de atraí‑las, aproximá‑las e acolhê‑las. Contei um episódio de alguns anos atrás, quando eu ainda era vegetariana: entrei em um grupo vegano para conhecer melhor a comunidade e buscar receitas, mas fui expulsa porque respondi a um post dizendo que, se minha mãe me desse dinheiro para comprar ovos para ela no mercado, eu compraria (eu morava com ela e fazia suas compras). Depois disso, afastei‑me bastante da comunidade vegana e me contentei em simplesmente não comer animais. Se não fosse a minha maternidade, talvez eu nunca tivesse me tornado vegana.
Argumentaram que ninguém deve ingressar no veganismo em busca de amizades — muito menos abandonar uma escolha política e ética por falta delas. Assim, confundiram acolhimento dentro da comunidade com mera amizade. Na realidade, na maior parte dos casos, pessoas veganas não recebem apoio dos não-veganos quando decidem parar de comer animais; pelo contrário, precisam lidar com piadas, informações falsas, comentários desagradáveis, opiniões não solicitadas, negação, rejeição e muitas outras situações. Isso leva muitos veganos a procurar psicólogos que também sejam veganos, por causa da vistopia — termo cunhado pela psicóloga Clare Mann para descrever a experiência angustiante de ser vegano em um mundo não-vegano. Disseram‑me no debate — lembre‑se, debate apenas entre veganos — que o correto seria trocar de amizades, já que amizades verdadeiras acolhem, como acontecera com as deles. Mas, mesmo que o ideal fosse trocar de amigos, ignorando todas as dores desse processo, não seria melhor buscar esses novos vínculos dentro da própria comunidade vegana, onde as pessoas devem — ou deveriam — estar mais propensas a acolher?
É dentro da comunidade que busco acolhimento quando, por exemplo, sou confrontada por uma profissional de saúde que afirma ser impossível meu filho se desenvolver sem proteína animal. É nela que, além de buscar formas de fazer ativismo pelos animais, também troco experiências, frustrações, dicas, receitas e substituições para ingredientes de origem animal — tudo aquilo que me fortalece ainda mais no veganismo. Não porque eu voltaria a comer animais; como já disse, isso jamais aconteceria. Mas simplesmente porque não encontrarei o mesmo tipo de apoio em quem está fora do movimento.
Já ouvi diversas vezes que veganos “de verdade” deveriam comprar apenas de marcas 100 % veganas ou então produzir em casa tudo o que consomem, deixando de lado qualquer produto de empresas não veganas. Considero esse pensamento imaturo e, atualmente, bastante irrelevante. Chegaram a dizer que há veganos acomodados que deixam de comprar, por exemplo, manteiga de uma marca vegana — por ser cara — e optam por margarina 100 % vegetal de uma marca não vegana, embora gastem com roupas, viagens e outras “futilidades”, alegando que ninguém precisa de margarina para sobreviver. Essa fala traz várias reflexões.
Ninguém deveria apenas por necessidade de sobrevivência; comer também é um ato de prazer. Se seguirmos a lógica de que não precisamos consumir aquilo de que gostamos, logo estaremos sobrevivendo apenas de shakes de vitaminas sem sabor. Que triste seria!
Além disso, algumas pessoas sugeriram que é melhor preparar em casa patês — como o clássico de grão‑de‑bico — porque seriam mais baratos e nutritivos do que manteiga ou margarina. Isso pode fazer sentido para quem tem tempo, utensílios e disposição para cozinhar, porcionar, congelar e lavar tudo depois. Mas, para quem passa o dia fora ou guarda uma memória afetiva do sabor da margarina, o produto pronto — livre de ingredientes animais — oferece a praticidade necessária sem culpa.
Cada pessoa organiza as próprias prioridades, e isso não a torna mais ou menos vegana. Se alguém, mesmo evitando qualquer ingrediente de origem animal, escolhe uma margarina vegetal comum para economizar e investir em outras áreas da vida — viagens, estudos, lazer — continua sendo vegana do mesmo jeito. Afinal, quem seria a autoridade para definir o quão “válido” é o veganismo de cada um?
Suponhamos que alguém compre apenas produtos rotulados como 100 % veganos. Como saber se, de fato, esse produto é totalmente vegano? Essa pessoa investigou todo o processo de produção até o produto chegar à sua mesa? Atualmente isso é impossível. Um item só seria 100 % vegano se você mesmo o plantasse no quintal, usando sementes adquiridas de um produtor igualmente vegano e orgânico que jamais utilizou insumos de origem animal no processo de plantação. Mesmo assim, isso não garante que nenhum ser senciente morra durante o cultivo; para isso, seria preciso aproximar‑se do jainismo, por exemplo, e evitar até comer raízes, para não arriscar matar organismos. Duvido que exista, no seu bairro ou cidade, microempreendimentos 100 % veganos suficiente pra ser capaz de suprir tudo o que você consome, não apenas no setor alimentício.
Atualmente, não existem supermercados totalmente veganos. Todos, sem exceção, ainda comercializam produtos de marcas que exploram animais em algum nível. O mesmo vale para restaurantes: desconheço estabelecimentos que produzem absolutamente todos os ingredientes utilizados, garantindo que cada etapa da cadeia produtiva seja isenta de qualquer vínculo com a exploração animal. Por exemplo, é comum que restaurantes veganos utilizem leite vegetal fabricado por empresas que também produzem leite de vaca, ou hambúrgueres de marcas que não são 100% veganas.
Diante disso, surge uma questão: quem compra um produto “100% vegano” em um supermercado tradicional deixaria de ser vegano, seguindo essa lógica extremista? Mesmo que alguém decidisse destinar toda sua renda apenas a microempreendedores veganos, como garantiria que esses produtos chegassem até sua casa sem recorrer a meios de transporte que também movimentam itens de origem animal? O mesmo raciocínio se aplica ao pagamento de frete a transportadoras, que inevitavelmente transportam produtos de origem animal, ou ao uso da internet, cujos provedores dificilmente pertencem apenas a pessoas veganas.
Se ampliarmos ainda mais essa análise, perceberemos que todas as áreas da nossa vida — transporte, energia, telecomunicações, indústria — estão interligadas a sistemas que, de alguma forma, envolvem a exploração animal. Dessa forma, torna-se evidente que o conceito de “100% vegano” absoluto, imposto por alguns, não se sustenta na prática e carece de base moral consistente.
Ainda no debate, compararam comprar um produto a base de plantas de uma marca não vegana a frequentar um restaurante cujo dono contrata funcionários racistas, argumento segundo o qual consumir ali significaria apoiar um estabelecimento racista. Aonde vamos parar com essa lógica? Citaram ainda uma marca 100 % vegana que faliu porque outra, também 100 % vegana, “roubou” sua receita; concluíram, então, que a empresa plagiadora deixou de ser vegana — assim como quem sabia do plágio e continuou comprando dela —, pois o veganismo, dizem, vai além da dieta: não basta o produto estar livre de ingredientes de origem animal, a marca deve seguir inúmeros princípios éticos, já que o veganismo envolve ser contra toda exploração animal — e animal também inclui o ser humano. Quando li isso, minha mente explodiu; ver as pessoas concordando foi o que realmente me fez dar trinta passos para trás e pensar: opa, peraí… eu não quero ser “vegana” e nem tenho o que é preciso para isso.
Não me entenda mal: não acho correto plagiar nem apoiar racismo — basta lembrar da minha bio do Instagram repleta de títulos que faço questão de sustentar. O problema é que o foco do veganismo DEVERIA ser a luta pelos animais considerados de consumo, ponto final. Claro que o ideal ético e moral é ser vegano e também lutar pelo direito de todos os seres; mas vamos perder o foco nos trilhões de animais criados para abate e abraçar todas as outras causas sob o mesmo guarda‑chuva? Afastar pessoas no processo ao dizer que alguém não pode ser vegano se não for feminista, por exemplo? Éticamente, faz sentido, mas isso é fruto de um percurso de desconstrução individual, não um motivo para expulsar alguém do veganismo só porque essa pessoa “apenas” deixou de comer animais e seus derivados.
Do mesmo modo, você dificilmente verá veganos discutindo a fofofauna — termo usado para animais silvestres vistos como “fofos” e carismáticos, como capivaras, saguis ou golfinhos. Embora nos importemos com todos os seres sencientes, precisamos manter o foco nos que sofrem mais e em maior número: vacas, porcos, peixes, galinhas etc. Estudantes e profissionais de veterinária e biologia defendem bastante os animais silvestres, mas ignoram a principal causa da morte deles: o desmatamento motivado pela agropecuária que põe a carne em seus próprios pratos. O feminismo, por exemplo, também nasce da empatia pelos seres sencientes, mas muitas feministas continuam tomando leite de vaca, mesmo quando se mostra que vacas são exploradas, engravidadas através de estupro e depois têm seus filhotes retirados simplesmente por serem fêmeas consideradas máquinas de reprodução e produção. Posso ser vegana, defender os animais silvestres e ser feminista; mas não acho que alguém precise abraçar todas essas bandeiras para ser vegano. São causas distintas que se complementam, mas não se invalidam.
Quando fui exposta a essa visão de que, para ser vegano, é preciso abraçar todas as causas do mundo, me arrependi profundamente de ter escrito meu texto “Veganismo sem ativismo NÃO é veganismo”, no qual eu explicava que o veganismo, em sua moralidade filosófica, DEVE incluir a luta pelos direitos dos animais e não apenas a dieta. Me senti totalmente hipócrita — embora ainda concorde que não devemos nos contentar só com a dieta: precisamos ser a voz dos animais nessa luta.
Uma semana depois daquele debate acalorado, saiu a notícia de que um jogador de futebol muito famoso estava lançando uma marca de bebida. Perguntaram no grupo se o produto era vegano e, prontamente, várias pessoas responderam que, pelo fato de o jogador já ter se envolvido em várias polêmicas desrepeitando mulheres e ter defendido um colega condenado por estupro, a bebida, portanto, não poderia ser considerada vegana. Foi aí que eu quase chorei de frustração: virei pro meu marido e falei: “Eu não sou mais vegana; pra mim CHEGA, já deu”.
Veja bem: também não suporto esse jogador, não concordo com a fama dele nem com suas atitudes; nem acompanho sua carreira. Mas, pra mim, quando vou ao mercado, eu olho a lista de ingredientes: se não tem nada de origem animal, o produto é vegano, então eu posso comprar — e não vou além disso. Hoje, felizmente, vários itens já exibem o selo que certifica que são veganos, o que tornou minha vida muito mais fácil: não preciso mais decifrar cada ingrediente de nome complexo presente no rótulo do produto. Mas acredita que até isso muitos veganos são totalmente contra? Dizem que as certificadoras dão visibilidade e lucro pra marcas que não são 100 % veganas — e que isso é antiético no veganismo. Eu, ironicamente, sugeri aprovar uma lei proibindo o uso da palavra “vegano”, fazendo a troca pelo rótulo “produto livre de ingrediente de origem animal”. Achei que meu sarcasmo fosse evidente ao dizer que isso daria ainda mais visibilidade à causa do veganismo e, pra minha extrema frustração, concordaram.
A vida já é tão difícil; o mundo ainda é amplamente contrário ao veganismo. Enfrentamos desinformação, preconceito e tantas pessoas que encontram dificuldades de se manter na causa e acabam se tornando ex‑veganas. Por que estamos contribuindo com isso?
O que me manteve no veganismo foi a minha tatuagem na palma da mão — o “V” do veganismo — que fiz justamente pra me lembrar do meu propósito: espalhar informação verídica, baseada em evidências, em prol dos animais explorados para consumo e dar voz a eles. Isso, pra mim, é ser vegana, e é nesse propósito que vou seguir, inclusive tentando combater essa luta ilusória dentro do movimento vegano.
Embora o ideal seja que nenhum recurso financeiro seja destinado a empresas que exploram animais, precisamos reconhecer que vivemos em uma sociedade capitalista profundamente interligada, onde é praticamente impossível evitar completamente essas corporações. A realidade é que, ao optar por produtos veganos de marcas não veganas, não estamos traindo os princípios do veganismo, mas sim utilizando as opções disponíveis para reduzir o sofrimento animal e incentivar a oferta de alternativas éticas. O importante é manter o compromisso de minimizar ao máximo possível a exploração animal, entendendo que a pureza absoluta é inviável no contexto atual e que cada escolha conta para ampliar o acesso e a visibilidade do veganismo.
Vender a ideia de que existe um “vegano perfeito” não só é irreal, mas também afasta justamente quem mais precisamos acolher: pessoas dispostas a reduzir, tanto quanto possível, a exploração animal. Foi assim que Donald Watson definiu o veganismo em 1944 — como o esforço prático de minimizar o sofrimento animal “na medida do exequível”. Quando transformamos essa proposta em um teste de pureza inalcançável, trocamos empatia por policiamento e diálogo por dogma.
O compromisso ético que nos une deve ser medido pela coerência entre intenção e ação, não por um checklist impossível de zerar. Cada passo conta: o adolescente que troca o hambúrguer por uma versão vegetal, a mãe que compra margarina sem ingredientes de origem animal, o trabalhador que leva sua garrafinha reutilizável. Essas escolhas, somadas, salvam vidas e estimulam mudanças sistêmicas.
Se queremos um mundo com menos crueldade, precisamos abrir portas, não fechá‑las. Em vez de exigir perfeição, celebremos o progresso, compartilhemos soluções e ofereçamos apoio — exatamente o que me manteve aqui. O veganismo não é um pódio para quem nunca erra; é um caminho coletivo onde cada um faz o melhor que pode e, juntos, avançamos muito mais longe.